quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Nada
foto de Guilherme Santos
Nada
Regina Romeiro
Nada a reescrever, nada
Apenas há o encerrar do dia o entrar da noite
O escuro pronto
Para o encontro do nada
Não nado mais
Nem mesmo me largo nas ondas
A maré me largou na variação
Da lua e do sol – eclipse
Deixei de ser
Nadadora de ondas salgadas
Navegante de doces águas
Receptora do calor do sol e namorada em noites de lua
Deixei para trás, encalhado
O barco do amor
Penas dispersas no céu lastimam
Eu expio
Não reflito, não lembro, não espero
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Caminhos
obra de arte:Gabriela Kozlowski
Caminhos
Regina Romeiro
Caminho a esmo
Mesmo
Por sorte encontros
Pássaros cantos encanto
Quireras do mundo, sustento
Alento
Da vida dependo
Do fio, do pavio, do eixo da roda
Do carro de boi gemendo cantiga
Fadiga que tem seu destino
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Constelação
arte: Lago-de-los-cisnes-Marta Gottfried
Constelação
Regina Romeiro
Estrelas cadentes
Pendentes dos teus olhos meu amor
Em lascivos códigos
Os meus precisam, relutam em tua ausência
É necessário pôr fim nesta distância. Escuridão.
Falta doçura, o brilho, o encanto
Meus olhos amor
Voltam-se aos cantos, sorrateiros
As lágrimas são pingentes agora freqüentes
Rolando em minha face, pálida face
Fez-se esquálido o novo sem teus olhos
Revolvo na lembrança um fio de luz
Falta o sol dos teus olhos
Falta o brilhante fulgurante
O precioso em minha vida
Agora aflita
Meus sóis, meus sorrisos e
Gestos transitam na busca dos teus brilhos
É tudo manso, sombras e frios
Planeta lento
Faça-se alento amor, amor meu. Meu paraíso
Devolva-me o sorriso que levaste
O brilho que guardaste
São todos meus tesouros
Faça-se alento amor, amor meu. Meu paraíso
Faça-se constelação
A que é sua e minha
A que envolve entranhas
Constelação que se reflete nas membranas
Espelho refletido dos meus dias
Respiração
Cadenciada das estrelas
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Intenso amor
arte:Cooper
Intenso amor
Regina Romeiro
Devora agora a dúvida
Escreva com letras vivas
Bem fundo
Aprofunda, inscreva-se
Cala-me os pedidos
Mata-me de amor
Invada, inunda
Aguardo-te em dúvida
Deságüe-me
Em lírios
Os campos pedem
E se estende a relva
A poesia viva pulsa
Reclama e chama
Acende intensa e mansa
Amansa na incerteza
Há esperança de que não morreram
A relva e os lírios do campo
publicado no Recanto das Letras em 08/09/2009
código do texto:T1798235
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Prazer
El-ultimo-baile-Robert Duval
Prazer (II)
Regina Romeiro
O meu lado de fora reclama
E meu lado de dentro grita
Para o lado de fora e não há resposta
Silêncio repetido deixa o corpo partido
O coração dividido em pedaços
Exaustos sentires fraturados
E nada, o nada acontece
Como se possível fosse. E é
O nada e o silêncio e a ausência repetida
Partida que partiu em pedaços
Deixando intacta a paixão com razão
No tremor nos desejos todos No prazer
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Beijo não dado
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