
foto de Guilherme Santos
Nada
Regina Romeiro
Nada a reescrever, nada
Apenas há o encerrar do dia o entrar da noite
O escuro pronto
Para o encontro do nada
Não nado mais
Nem mesmo me largo nas ondas
A maré me largou na variação
Da lua e do sol – eclipse
Deixei de ser
Nadadora de ondas salgadas
Navegante de doces águas
Receptora do calor do sol e namorada em noites de lua
Deixei para trás, encalhado
O barco do amor
Penas dispersas no céu lastimam
Eu expio
Não reflito, não lembro, não espero