quinta-feira, 29 de abril de 2010
fotografia por guilherme santos
Verdade
Regina Romeiro
É inacessível a verdade de cada um
Não sei a minha, não saberei a tua
Mesmo virando no avesso roupagem íntima
Não saberei da verdadeira qualidade nela intrínseca
Não saberei como resistir
Não conheço limites humanos
Desconheço simplesmente por ser desconhecido
Por nada mais
Os desejos, as mágoas, as maledicências, as pragas rogadas
As intimidades todas que cabem dentro do prazer
Saudável ou mórbido ou sádico
O indivíduo é essa caixa de surpresas nunca reveladas
Sorri e odeia aquece e abana
Embala interesses, encontro de idéias
Repele diferenças
Ou aceita na intimidade de si mesmo de ninguém mais
Ou se recusa, recusa-se
Repele sua essência
Não alimenta sua satisfação
Não conhece o ser
Conhecimento é essa gama de letras de imagens
Sons idéias olhadas, apenas olhadas
Satisfação é esse rastro apagado
Essa coisa pisada dentro de cada ser
Esquecida da mãe, da natureza das coisas
Da beleza, da inteireza, essa é desconhecida
Não nos reconhecemos não conhecemos o outro
E a verdade, o princípio fica sendo a incógnita
O fim não da finalidade, mas o fim dos tempos,
O fim dos sentimentos, o acabou
Ou o que não se enxergou e não vingou
Não, não me conheço.
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Um comentário:
Ah Regina... E são tantas as verdades em outras tantas realidades dessa vida. Gostei muito deste texto. Abraço carinhoso,
Lourdinha Biagioni
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